Fernanda Valente
O dia do Orgulho Autista serve para eliminar rótulos. Cada
pessoa tem a sua singularidade, seja ela fazendo parte do espectro ou não.
Afirmar que todos os autistas não olham nos olhos, não se socializam ou por
exemplo que não se comunicam é um erro. O dia do Orgulho autista foi uma
iniciativa do Grupo Aspies for Freedom (Aspies pela Liberdade), dos Estados
Unidos. A ideia surgiu em junho de 2004 com a iniciativa de defender os
direitos dos autistas, reconhecendo o potencial de cada pessoa.
Esse dia também é a marca da aceitação, principalmente para
muitos pais que buscam a “cura” para o seu filho. O grupo acredita que curar
alguém com autismo é como arrancar a pessoa daquilo que ela realmente é e
substituí-la por outras. Já existiu grupos de estudos para identificar o
autismo logo na gravidez para a solicitação de um aborto. Porém, a união do
Aspies for Freedom propôs que o dinheiro investido nisso podem ser transferidos
para terapias e outras formas de adaptações para a criança ou pessoa com
autismo. É mudando o pensamento que aceitamos a realidade.
Outro assunto que o grupo trata é sobre as escolas e
sociedade tentar “normalizar” uma pessoa com autismo criando regras que causam
sofrimentos sensoriais. A pessoa com autismo precisa de apoio e não de “normalização”,
ainda mais porque cada um tem o seu jeito. Por isso, separei filmes antigos e atuais para que se abra uma reflexão sobre o assunto.
O primeiro que indico é o Gilbert Grape- Aprendiz de
Sonhador com Leonardo de Caprio, que ganhou sua primeira indicação ao Oscar aos
19 anos pela sua atuação. No filme, ele interpretou Arnie, irmão caçula de
Grape (Johnny Depp), que após a morte do pai faz o papel de cuidar da mãe e do
irmão caçula que é autista.
Rain Man é outro filme antigo interessante. Raymond é um
homem autista com habilidades para a matemática. Quem interpretou foi Dustin
Hoffman que foi premiado no Oscar como melhor ator neste filme.
Vida Animada já é um documentário recente, conta a história
de Owen Suskind, um menino autista que ficou anos em sua solidão até se
interessar por filmes animados da Disney. A família conseguiu uma estratégia de
conseguir dialogar com ele através dos desenhos.
Tudo que quero é um filme recente, de 2017, conta a história
de Wendy, uma jovem autista que enfrenta uma rotina diária aplicada por sua
cuidadora. Ela é viciada em Star Trek e tem o objetivo de participar de uma
competição de escrita. O interessante do filme são os pontos onde ela demostra
lutar por independência e liberdade. Vale a pena conferir!
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