Fernanda Valente
As crianças e adolescentes estão
em casa. Enquanto isso, alguns pais continuam seus trabalhos num escritório improvisado
em casa ou continuam executando seus serviços fora de casa, principalmente se
trabalham no comércio ou área de saúde. Lembrando que recentemente
restaurantes, baladinhas foram liberados para consumo. Quem trabalha nesses
locais? Enquanto isso, os professores
continuam preparando e ministrando aulas como se não existisse pandemia. Nisso,
poucos alunos se envolvem com as atividades.
É notável que os alunos
participam mais das atividades remotas quando já estão preparadas num
formulário ou aplicativos. Uma nova maneira de viver a educação já está aí.
Seguir na televisão ou na web o mesmo modelo de educação que já funciona em
sala de aula para cumprir o currículo escolar, já não funciona. Com os pais
trabalhando, os alunos dispersam. Talvez isso já acontecesse antes da pandemia.
Mas agora, acontece uma desistência, principalmente nas escolas públicas com os
alunos de baixa renda.
Na educação especial foi possível
enxergar o desenvolvimento de alguns alunos, mas é uma educação possível apenas
aos alunos que tem acesso. A tecnologia assistiva é essencial para alguns. No
entanto, ao falar de inclusão já não vale ressaltar, pois a inclusão só
funciona quando todos estão dividindo o mesmo espaço.
Alguns alunos perderam seus pais
pelo Covid-19, professores também, além de alguns colegas serem também
contaminados pelo vírus. É um ano diferente. Professores puderam se
especializar nas novas tecnologias, alunos também, sendo que alguns se tornaram
até professores dos seus professores. Mas até quando? Professores tem passado o
dia todo diante da tela do computador. Pessoas que escolheram trabalhar em casa
através dos recursos online também. Pessoas comuns viraram jornalistas.
Palestras, reuniões e workshops online estão a todo vapor. Quantas lives temos
para assistir por dia? E o excesso dessa vida tecnológica? Como variar e tornar
os estudos mais leves? Será que teremos mente para tanta tecnologia?
Sou fã de Maria Montessori e para
a saúde mental e inclusão, alguns valores manuais precisam voltar urgentemente.
Apesar da pandemia, é pisando na terra, olhando nos olhos do outro que o ser
humano necessita viver. É um tempo de escolhas. Vamos viver o individual ou o
coletivo? Como equilibrar tudo isso?
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