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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Livros Essenciais nas Bibliotecas de São Paulo

Vamos conversar? Sobre violência sexual infantil

Este é o título do livro infantil de Christiane Andrea, sexóloga, terapeuta, orientadora educacional, coach de relacionamentos e também, escritora. Nas últimas semanas o caso de uma garotinha de 10 anos que passou por um aborto de ordem judicial após ter sido violentada pelo tio desde os seis anos de idade ficou em evidência em toda a mídia, levantando discursos de ódio sobre a menina, que é uma vítima.  Um grupo de pessoas contra o aborto se manifestou em frente ao hospital, gritando: assassina! De que maneira refletir sobre essa situação?

Andrea explica que dentro desse contexto há dois tipos de crimes: a primeira é que o corpo dela não está pronto para receber uma criança, a segunda violência é cuidar de uma outra criança, fruto de um estupro. “O que muita gente não sabe é que existem os Direitos Reprodutivos das Mulheres, que garante que qualquer pessoa pode viver os seus direitos sexuais livremente. Como a campanha “Meu corpo, minhas regras”. Toda mulher tem o direito de viver a sua sexualidade livremente. Pode escolher se quer criar ou não o fruto de um estuprador. No caso da menina de 10 anos, assistentes sociais levaram para os juízes que quando se falava que ela teria um bebê, ela entrava em pânico”, contou.

As crianças, principalmente as com deficiência são as mais vulneráveis quando se trata de abuso e violência sexual. Vale para meninas e meninos e a educação começa em casa.  “É preciso compreender que a educação começa na família. O modo que a família estabelece. A base vem de casa. A educação na escola é um complemento e a educação sexual argumentada na escola é muito rasa. É a partir do Ensino Fundamental 1 que é necessário abordado o assunto reprodutivo”, explica.

Christiane, que há mais de 20 anos trabalha na área da educação, começou a se interessar pelo tema quando atendia em sua clínica de psicopedagogia. Quando observava uma dificuldade de aprendizagem na criança, logo percebia que estava sendo violentada e quando comentava o assunto com a família, deixavam de aparecer para as próximas consultas. Fugiam. A partir disso, começou a se aprofundar no tema e levar palestras para as escolas. Da sua experiência, nasceu o livro Vamos conversar? Sobre violência sexual infantil, lançado de forma independente este ano.

No livro, há uma orientação de como manuseá-lo, logo na frente com dicas e instruções de como conversar com as crianças sobre o assunto. “É sempre muito importante ressaltar que a criança é sempre a vítima”, enfatiza a escritora.

O livro é ilustrativo, de maneira compreensível para as crianças. Apresenta poemas, pegadinhas, desenhos, sempre com uma orientação sobre o que a mãe pode falar. Ao final do livro, a criança poderá desenhar um girassol feliz.  “Caso a criança escolha não desenhar é porque está acontecendo alguma coisa na vida dela. Por isso, é fundamental buscar ajuda. Para isso, só discar 100”, informa.

Outras informações que a sexóloga coloca em observação é que muita gente não sabe que não é necessário falar em sexo para educar a criança. Basta apenas que a criança reconheça as suas partes íntimas. “É preciso ensinar a criança a se limpar, se secar e ter autonomia sobre o corpinho dela, para que nenhum adulto desconhecido a ajude quando a família não estiver por perto. Outro ponto importante é não ensinar a criança chamar pessoas que não são da família de tio, ou tia, pois ela poderá estabelecer vínculos com desconhecidos. É uma das principais causas que faz um abusador se aproximar das crianças. Como por exemplo, “o tio vai te dar um presente”, ressalta.

Outro ponto importante que a terapeuta destaca é que quando a criança está passando por abuso, ela muda o seu comportamento: fica agressiva, perde o apetite, não quer ficar sozinha, dos 4 ao 5 anos pode voltar a fazer xixi na cama. Outro indício que a criança está passando por violência é ter medo, pânico. Em outros comportamentos, a criança não quer tomar banho, reproduzir as coisas que acontecem deitando em outra criança ou em seus brinquedos ou representando as imagens através de desenhos, queda no desempenho escolar, falta de concentração, não querer ir à escola, depressão, automutilação, tendência ao suicídio...

Por tudo isso, não deixe de informar o seu filho ou os alunos da sua escola.

Para adquirir o livro: https://pag.ae/7VDWibY9p

Para entrar em contato com a autora que aborda muitos outros temas sobre a sexualidade, principalmente para casais: https://www.instagram.com/terapeutachristianeandrea/

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