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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Livros Essenciais nas Bibliotecas de São Paulo

Por que educar em círculos?

 Fernanda Valente


Você alguma vez já perdeu a identidade de quem você realmente é? Já viveu conflitos que ficou anos tentando resolver? Já se culpou por todos os erros? Já viveu seguindo exclusivamente as orientações dos outros sem olhar para o brilho que existe dentro de você?

Nos últimos 10 anos eu vivi uma grande aventura interna que permitiu que eu encontrasse o melhor que existe em mim e ainda encarar e declarar que é possível melhorar, até mesmo se você vivenciar o medo, a ansiedade e a depressão. 

Comecei este blog em 2015 com o intuito de me reconectar com as minhas paixões. O formato dele não era exatamente postar sobre saúde, educação e inclusão. Eu comecei apenas com o título "Sonhar e Planejar". Quais são os meus sonhos? Por que eu não estava sonhando mais profissionalmente? Por que abandonei várias coisas que amava? Por que perdi a minha voz? Por que perdi a inspiração? Por que me limitei em tantas coisas? Por que todas as palavras que escrevi um dia acabaram perdendo todos os sentidos? Por que fiquei ansiosa, deprimida e presa ao pânico? Não foram cinco dias para obter respostas. Eu não as tenho. Mas uma pergunta eu carreguei e continuo com ela em ação: Como Sonhar e Planejar? 

Listei tudo o que amo e gostaria de fazer e aos poucos comecei a colocar em prática. Um dos meus desejos estava em trabalhar na educação especial. Pensei em fazer uma pós graduação em Libras, mas me encantei com a grade curricular do curso de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Na verdade, eu estava buscando respostas para mim, pois na grade tinham matéria relacionadas a transtornos, neurociência e práticas pedagógicas. Eu simplesmente me apaixonei. Pela primeira vez o meu coração decidiu: é isso o que realmente quero fazer.

Nossas aulas aconteciam em círculos e pela primeira vez me vi argumentando, perguntando, ouvindo e trocando ideias, já que sempre fui muito reservada a debates. Naquele círculo, vi pessoas me escolhendo. Isso raramente acontecia comigo numa sala com carteiras enfileiradas. Esse tipo de ensino também acontecia quando eu estudava teatro. Muitas vezes estávamos em círculos e eram os momentos que eu realmente conseguia ser a Fernanda que SOU, uma caixinha cheia de imaginação. 

O círculo permite destravar o aluno mais tímido, permite aceitar aquele que parece ser diferente. O professor não é o centro, é um inspirador, um condutor. Ele vem com perguntas. E no fim, todos percebem que somos construção um do outro, peças que se encaixam. A troca e a experiência de cada um é recebida. Não existe o melhor ou o pior. O que existe são novos caminhos e descobertas. O círculo nos permite a harmonia e o acesso. O círculo deixa a pessoa livre para sair ou entrar. O círculo é o lugar que inclui. 

Se as nossas escolas, faculdades, reuniões de trabalho abrissem a oportunidade para que todos falassem ou produzissem em círculos, é provado que existiria mais resoluções de conflitos, ideias, inspirações e projetos finalizados. Jesus, era um homem, que em parábolas, falava dentro de círculos e sempre com perguntas, não respostas. 

Num círculo eu aprendi a unir as minhas habilidades e hoje, trabalhando com o que amo: a educação, a comunicação e inclusão. O Nosso planeta é um círculo, em tudo temos o círculo. O ponto final deste texto é um círculo. 

Comentários

Ana Silva disse…
Como professora de inglês, trabalho sempre em círculos. É fundamental para a comunicação. Após o curso que fiz em Justiça Restaurativa, tive a certeza que essa técnica milenar é imprescindível.
Unknown disse…
Que linda postagem, Fernanda! Com certeza o trabalho em círculo é maravilhoso. Eu sempre convido as pessoas a imaginarem o nosso lindo Planeta Terra e todos de mãos dadas em volta dele, emanando muito amor!
Assim com certeza, teremos um mundo melhor, com muito respeito à mãe Terra!
Áurea Nahas

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