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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Livros Essenciais nas Bibliotecas de São Paulo

Um novo comportamento é urgente!

 Fernanda Valente


Há tempos o termo sustentabilidade vem sendo estudado. O problema é colocar na prática. Hoje, é possível observar que a ciência é ignorada apesar do acesso estar disponível a todos. Um novo comportamento é urgente. A pandemia Covid-19 só comprova isso. É uma guerra global onde sobreviverá aquele que estiver realmente engajado em viver o sustentável. 

A tecnologia também está há um bom tempo em nossas vidas, e ultimamente é o meio de comunicação necessário, mas que não é de acesso a todos. É no meio disso tudo que dá para sentir o vazio, a incerteza. A máquina passou a produzir. Para quem sabe fazer bom uso do computador, é um excelente meio de produção, mas também de distração. 

Os indivíduos são reduzidos a nada mais do que engrenagens concentradas sobre o valor de seus atos, valor que responde ao mercado capitalista e seus equivalentes gerais. São espécies de robôs, solitários e angustiados, absorvendo cada vez mais as drogas que o poder lhe proporciona, deixando-se fascinar cada vez mais pela promoção (Guattari & Rolnik, 1996, p. 40).

O ser humano se reduz hoje a um produto. Basta notar o comportamento nas redes sociais, principalmente Instagram e TokTok. São meros exibicionismos ou propagandas. O dedo de cada um rola pelo feed e enxerga artistas e pessoas comuns disputando o mesmo número de curtidas. É a fama de cinco minutos. É a angústia daquele que não tem nenhuma curtida. É o vazio. Às vezes é a voz que tenta chamar a atenção. São as aulas virtuais feitas da mesma maneira que é realizada na sala de aula, sem o novo. A tecnologia exige rapidez. Não é a mesma linguagem. Se você parou para ler esse artigo é porque ainda tem paciência. As crianças que crescem com a tecnologia já não são tão pacientes. A gravação de um áudio ou vídeo pode ser mais eficiente. 

Para o profissional do marketing a velocidade é a mesma. Cada dia é um aplicativo que surge. Para quem assistiu ao documentário "O dilema das redes sociais", disponibilizado na Netflix refletirá que a tecnologia nos empobrece e tira a nossa capacidade de pensamento e criação. Tudo está ao nosso alcance. Como filtrar todo o conteúdo que para em nosso feed? Como agendar o tempo para o que realmente interessa? Como desacelerar? 

O que está em questão é a maneira de viver daqui em diante sobre esse planeta, no contexto da aceleração das mutações técnico-científicas e do considerável crescimento demográfico. Em função do contínuo desenvolvimento do trabalho maquínico redobrado pela revolução informática, as forças produtivas vão tornar disponível uma quantidade cada vez maior do tempo de atividade humana potencial. Mas com que finalidade? A do desemprego, da marginalidade opressiva, da solidão, da ociosidade, da angústia, da neurose, ou a da cultura, da criação, da pesquisa, da re-invenção do meio ambiente, do enriquecimento dos modos de vida e de sensibilidade? (Guattari, 1997, p. 8).

O comportamento em questão é o uso assertivo da tecnologia. O que a pandemia tem a ver com isso? O ficar em casa. Quem está trabalhando em casa está produzindo o triplo. Outros comportamentos também surgem como os pedidos de comida e serviços em casa. É uma outra geração de trabalho que se triplica. São pessoas a todo tempo oferecendo um tipo de serviço. Para quem tem o trabalho em escritório garantido, é um alívio. Porém, para aqueles que não tem o acesso tecnológico, é o desemprego, a fome. Para quem tem muito dinheiro, o tédio. É quando de repente você pára e percebe o quanto o mundo é desigual. 

O que salva neste momento é a oração, a música, a arte. Para quem tem tecnologia, desligar tudo e recorrer aos livros, a uma contação de histórias com a família ou dançar espontaneamente sem plateia. É também perceber que todas as roupas que tem não são necessárias. Praticar a sustentabilidade não é moda, é necessidade. Não é preciso comprar as peças de roupas da moda. O urgente é reciclar e transformar. 

Em uma época carregada de problemas, a vida cotidiana passa a ser um exercício de sobrevivência. Vive-se um dia de cada vez. Raramente se olha para trás, por medo de sucumbir a uma debilitante nostalgia; e quando se olha para frente, é para ver como se garantir contra os desastres que todos aguardam (Lasch, 1987, p. 9).

Para hoje, vamos refletir o quanto a ciência é importante. Além disso, abrir nossa mente para uma vida coletiva e não mais para a competição. É preciso de mãos dadas, e não, prêmios. Enquanto o mundo grita, 10% de milionários ri. Olhar para o interior, renascer, estar em equilíbrio com o espírito é o que salvará cada um do vazio, da angústia. A Natureza clama como nunca. São mais de 7 bilhões de competidores no planeta! 

Referências: 

Guattari, F. (1997). As Três ecologias. Campinas: Papirus.

Guattari, F. & Rolnik, S. (1996). Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes.

Lasch, C. (1987). O Mínimo eu: sobrevivência psíquica em tempos difíceis. São Paulo: Editora Brasiliense.

@nanda.valente

Comentários

Ângela disse…
Parabéns , seus temas são atuamos e significativos ... importante !!👏🏻👏🏻
Anônimo disse…
Parabéns!!Adoro seus textos!
Cléber Léo Bortolamasi disse…
Parabéns

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