Pular para o conteúdo principal

Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Livros Essenciais nas Bibliotecas de São Paulo

Amar não é se apaixonar

Fernanda Santiago Valente

Posso me apaixonar por um sorriso, por um tom de voz, por um olhar... posso me apaixonar por aquela pessoa que eu desejaria ser, mas nada disso me completará. A paixão é avassaladora, aventureira, louca, arranca o sono, acelera a respiração. E num instalar de dedos pode acabar.
O amor é tranqüilo. Ele não se importa em vestir a melhor roupa. Ele está ali de cara limpa e conhece todas as minhas inquietações, medos, arrepios, anseios, desejos, sonhos. O amor é aquele que sente quando não estou bem, identifica todos os meus sorrisos. O amor conhece todos os meus defeitos, às vezes tenta desfazê-los, mas se não consegue desiste de me incomodar.
A paixão me faz perder a hora, esquecer do que é meu e observar a cada instante o sorriso que me prendeu. A paixão prende. Ela me deixa tonta. Às vezes viciada.
O amor dorme comigo, me abraça, divide comigo um sonho, até mesmo um pesadelo, e me deixa sossegada, talvez até acomodada porque simplesmente sei que é meu.
A paixão domina, desaba, machuca e sai fora.
O amor permanece. O amor ama, ah, como ama... O amor é aquele que a cada dia me dá um pedaço do coração para que eu possa conhecê-lo por inteiro, em cada detalhe... detalhes que me fazem chorar, rir, sonhar, entender, perdoar...
A paixão é imatura.
O amor é responsável.
Prefiro amar! E só quero amar, pois não posso perder a hora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha: Contos de enganar a morte , de Ricardo Azevedo, 1ª edição - 2003.

Por Thiago Grass Pode-se dizer que o folclore é uma força em constante movimento, uma fala, um símbolo, uma linguagem que o uso torna coletiva. Por meio dele, as pessoas dizem e querem dizer. E a dica de leitura bebe justamente dessa fonte da cultura popular. No livro “Contos de enganar a morte”, o escritor Ricardo Azevedo explora esse tema tão delicado de forma leve e criativa. O próprio autor menciona na obra: Trata-se de um grave erro considerar a morte um assunto proibido ou inadequado para crianças. Heróis nacionais como Ayrton Senna, presidentes da república e políticos importantes, artistas populares, parentes, amigos, vizinhos e até animais domésticos infelizmente podem morrer e morrem mesmo. A morte é indisfarçável, implacável e faz parte da vida (AZEVEDO, 2003, p.58). Portanto, o livro reúne quatro narrativas sobre a “hora de abotoar o paletó”, “entregar a rapadura”, “bater as botas”, “esticar as canelas”. Nesses contos, os personagens se defrontam com a m...

O Resgate de Ruby: Uma Lição de Superar Desafios

Fernanda Valente   Ao assistir "O Resgate de Ruby" na Netflix, fui instantaneamente cativada pela história emocionante e inspiradora que se desenrola diante dos meus olhos. O filme, dirigido por Katt Shea, relata a jornada de uma filhotinha agitada que recebe uma segunda chance antes de ser sacrificada, e sua transformação em uma valiosa integrante da força policial. A narrativa vai muito além de uma simples história sobre um cachorro, e toca em temas como superação, compaixão e o poder do apoio mútuo. Logo no início, percebi a conexão entre o policial Daniel e Ruby, a filhotinha em questão. Enquanto assistia, não pude deixar de notar as semelhanças entre o comportamento agitado de Ruby e as características de Daniel, que me levaram a perceber que ambos podem apresentar sinais de ansiedade ou TDAH. Essa percepção me fez enxergar a história sob uma nova luz, destacando a importância de compreender e acolher as diferenças, tanto nos seres humanos quanto nos animais....

O filho Eterno

Por Fernanda Valente O filme está disponível recentemente na Net Flix e é inspirado no livro do escritor Cristóvão Tezza que desafia a contar a história do seu filho com Síndrome de Down, situação vivida entre os anos 80 e 90. O filme é dirigido por Paulo Machline e tem como atores principais Marcos Veras, interpretando Roberto, nome fictício para o Cristóvão, Débora Falabella que interpreta Cláudia, sua esposa e Pedro Vinícius, ator que interpreta Fabrício, o filho do casal. Não vou mandar nenhum spoiler, mas é um filme que todo educador tem que assistir e captar mensagens. Nos anos 80 e 90, as crianças com Síndrome de Down eram rejeitadas em escolas comuns. A rejeição tanto pelo pai como a escola é tratada no filme. Porém, a parte positiva é que mostra estudos acontecendo, na arte, fisioterapia, psicopedagogia, abrindo o caminho para as novas possibilidades que temos hoje. Atualmente, muitos querem novamente segregar as crianças. Não é saudável. O olhar para a criança com síndr...