Pular para o conteúdo principal

Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Livros Essenciais nas Bibliotecas de São Paulo

Há um lugar eterno

Por Fernanda Santiago


A eternidade é algo que me atrai. Não consigo acreditar que não veremos mais aqueles que amamos. Acredito que o nosso tempo aqui na Terra seja só um dia para Deus. Afinal, como descrever o infinito? Ontem fui a um velório de um parente do meu marido. Confesso que não gosto do cheiro daquelas coroas de flores e muito menos de velórios. A única coisa que realmente me faz refletir é que todos um dia estarão ali deitados num caixão. Não dá para saber o dia e hora. Só Deus tem marcado no seu caderno. Algumas mortes são naturais, outras impulsionadas por alguém e muitas suicidas. 
Não sou capaz de julgar onde cada pessoa estará, entre o céu ou inferno, pois este julgamento só cabe a Deus. E se as misericórdias dele duram para sempre e se renovam a cada manhã, então a eternidade, a todos pertence. É fácil apontar o dedo entre bons e maus, mas há muitos homens aparentemente bons que são maus e cruéis. Por isso sempre acreditarei que Deus olha para o coração, o que realmente é importante para Ele. 
Velório também é um lugar de encontros. Familiares e amigos que não se veem há anos. Vira roda de conversa. Não sei se o corpo ali no caixão escuta as conversas. A morte, talvez, poderia ser festa. Alguns choram, outros conversam e riem. Há os íntimos. Há os intrusos. Eu era uma intrusa, pois não tinha nenhuma intimidade com a pessoa. Só observei. 
Foi um velório digno, num cemitério bonito, daqueles que não tem jeito de cemitério. Meu filho quis brincar no parquinho. Algumas pessoas estavam vendo uma exposição de carros. Outras, tomando cafezinho ou chá com biscoitos. Um ambiente de encontro e despedida. Era tarde da noite e a viúva falou: _Vamos ter que fechar a sala. Ele não gosta de escuro, nem de ficar sozinho.
Ela falou como se ele ainda estivesse vivo. Mas ele passou a noite sozinho, na sala do seu velório. É quando a vida mostra que todos enfrentarão seus medos, até o da morte. Eu vi uma borboleta naquela sala. Por um instante pensei: será que Deus o deixou se transformar em borboleta só para poder assistir um pouco sua despedida? Não sei!
Cada um tem a sua história. Cada despedida será diferente. Cada um deixará um legado. E logo, todos se encontrarão novamente, pois acredito no infinito. Acredito que para Deus eu me reencontrarei com os meus amados que foram morar com Ele. Creio que esse reencontro será apenas daqui algumas horas. Pois o nosso tempo aqui na Terra não é o mesmo Tempo para Deus. Prefiro dizer para qualquer um que morre: _até daqui há pouco!
É assim que acredito na eternidade de Deus! Nosso tempo aqui é só um dia para ELE.


Comentários

Pois é minha Sintonia. Só Ele mesmo conhece a nossa história e a nossa trajetória no final da nossa história para a nossa maior glória . É isso que penso agora. Bjos ♡♡♢♡♡
Pois é minha Sintonia. Só Ele mesmo conhece a nossa história e a nossa trajetória no final da nossa história para a nossa maior glória . É isso que penso agora. Bjos ♡♡♢♡♡
O tempo a Deus pertence. Beijos ♥

Postagens mais visitadas deste blog

O Resgate de Ruby: Uma Lição de Superar Desafios

Fernanda Valente   Ao assistir "O Resgate de Ruby" na Netflix, fui instantaneamente cativada pela história emocionante e inspiradora que se desenrola diante dos meus olhos. O filme, dirigido por Katt Shea, relata a jornada de uma filhotinha agitada que recebe uma segunda chance antes de ser sacrificada, e sua transformação em uma valiosa integrante da força policial. A narrativa vai muito além de uma simples história sobre um cachorro, e toca em temas como superação, compaixão e o poder do apoio mútuo. Logo no início, percebi a conexão entre o policial Daniel e Ruby, a filhotinha em questão. Enquanto assistia, não pude deixar de notar as semelhanças entre o comportamento agitado de Ruby e as características de Daniel, que me levaram a perceber que ambos podem apresentar sinais de ansiedade ou TDAH. Essa percepção me fez enxergar a história sob uma nova luz, destacando a importância de compreender e acolher as diferenças, tanto nos seres humanos quanto nos animais....

Resenha: Contos de enganar a morte , de Ricardo Azevedo, 1ª edição - 2003.

Por Thiago Grass Pode-se dizer que o folclore é uma força em constante movimento, uma fala, um símbolo, uma linguagem que o uso torna coletiva. Por meio dele, as pessoas dizem e querem dizer. E a dica de leitura bebe justamente dessa fonte da cultura popular. No livro “Contos de enganar a morte”, o escritor Ricardo Azevedo explora esse tema tão delicado de forma leve e criativa. O próprio autor menciona na obra: Trata-se de um grave erro considerar a morte um assunto proibido ou inadequado para crianças. Heróis nacionais como Ayrton Senna, presidentes da república e políticos importantes, artistas populares, parentes, amigos, vizinhos e até animais domésticos infelizmente podem morrer e morrem mesmo. A morte é indisfarçável, implacável e faz parte da vida (AZEVEDO, 2003, p.58). Portanto, o livro reúne quatro narrativas sobre a “hora de abotoar o paletó”, “entregar a rapadura”, “bater as botas”, “esticar as canelas”. Nesses contos, os personagens se defrontam com a m...

CONCEITOS BÁSICOS

Imagem: Marcelo Silva Por Luiz Augusto da Silva O aço para ser forte Deve ser bem temperado O homem pra ser feliz Precisa ser sempre amado. O amor quando vivido É uma fonte de prazer Um bom relacionamento Vida com confiança Vida que faz crescer. Felizes a conviver. Serve para engrandecer Dois seres sempre unidos Se seguidos fielmente Estes conceitos básicos De fácil compreensão Ratificam a união