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Fernanda Santiago Valente
Você já se irritou com alguém hoje? Quantas vezes por dia
nos irritamos com alguém? E nós? Será que não irritamos ninguém? Somos
incomodados ou incomodamos o tempo todo. Sempre surgem pessoas para nos tirar
do sério e geralmente são as pessoas que mais amamos.
As pessoas que mais me irritam são aquelas que conseguem ser
rápidas em tudo. Talvez por eu não conseguir ser assim. Acho que é uma
característica que eu gostaria de ter, pois sou mais lenta, apegada a pesquisas
e num ritmo tranquilo quando surgem situações difíceis. Chego a conclusão que
também irrito algumas pessoas com o meu jeito, mas reconheço que pelo menos
estou olhando para a minha trave, não é mesmo?
Tem gente que critica tudo e todos o tempo todo. Sabe
aquelas pessoas que adoram uma confusão? São desagradáveis e irritantes. Fazem
questão de ser assim, pois não olham para o próprio umbigo, para os próprios
erros. Ficam o tempo todo apontando os erros dos outros, fazendo questão de
ferir ou abrir cicatrizes que a pessoa já tinha fechado. São pessoas que estão
sempre certas e não fazem questão de mudar.
As vezes vale até a pena engolir as críticas de pessoas
assim, mas temos que filtrar. Uma vez ouvi que temos que receber as críticas da mesma forma que mascamos chicletes. A gente absorve a
parte boa, depois joga fora quando acaba o sabor. O que não podemos é entrar no ritmo da confusão,
responder na mesma medida, deixar nossa motivação ir embora. Toda vez que
respondemos da mesma forma aquele que nos irrita, perdemos, pois estamos agindo
conforme ele quer. Isso é experiência.
Uma vez, respondendo ao insulto de uma pessoa que estava me
provocando e não parava de falar, soltei um grito. Uma atitude que não tem nada
a ver com a minha personalidade. Só que eu estava há tempos ingerindo,
mastigando tudo aquilo que ela impunha, sem ouvir as minhas decisões. Foi
horrível, porque a pessoa me acusava mais ainda: Está vendo só como você não é
uma pessoa calma?
Pois é, a gente tem que ouvir isso e contar até 10. Temos
que exercitar a paciência com pessoas que não querem mudar, apenas nos irritar.
Então, o aprendizado é não entregar de presente a minha paz. Cada um oferece o
que tem. Mastigo tudo o que me irrita e absorvo só 10% de tudo, como a goma de
mascar. São as pessoas que nos irritam que nos ensinam a passar pela tribulação. Passamos quando vencemos a paciência.
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