Pular para o conteúdo principal

Primeiro K-drama Cristão do Brasil: "O horizonte mora em um dia cinza" por Tatielle Katluryn

Tudo que dizemos no silêncio": Um romance emocionante explora os dilemas da juventude contemporânea



Fernanda Valente

Em seu mais recente lançamento, "Tudo que dizemos no silêncio", a escritora e filósofa Marta Vasconcelos mergulha de cabeça nas complexidades da juventude moderna. O livro, publicado pela Qualis Editora, apresenta uma trama intricada que gira em torno de um grupo de oito amigos universitários unidos pelo luto após a perda de um de seus integrantes.
A verdadeira questão que mantém os leitores na ponta de suas cadeiras, no entanto, é a identidade do falecido. "De quem é o corpo?" torna-se uma pergunta persistente ao longo da história, sendo revelada apenas nas últimas páginas.
Vasconcelos emprega uma série de flashbacks para explorar a história de cada personagem, desvendando uma série de conflitos que ressoam não apenas com a juventude, mas com a sociedade como um todo. A autora habilmente utiliza a dinâmica do grupo para explorar questões urgentes da contemporaneidade, incluindo relações abusivas, dependência química, luto, descoberta da sexualidade e aceitação do próprio corpo.
O romance é narrado em primeira pessoa, com cada personagem tomando a dianteira em diferentes situações. A história é dividida entre Becca e Thiago, em um relacionamento abusivo complicado pelo vício de Thiago; Cris, que se encontra em apuros com a polícia por esconder as drogas de Bernardo; Bruno e Caio, cujo relacionamento é dificultado pela falta de clareza sobre sua sexualidade; e Amanda e Felipe, cujo amor é desafiado pelas inseguranças de Felipe em relação ao seu corpo, afetado pelo vitiligo.
No centro da trama, as marcas do abandono parental são um tema recorrente, assim como a jornada de superação da dependência química, e os desafios e preconceitos enfrentados na morte e luto.
O livro é uma leitura densa e envolvente, com alertas sensíveis para prevenir gatilhos emocionais. Vasconcelos conduz o leitor em uma jornada intensa, evitando a superficialidade e examinando profundamente as raízes e ramificações de cada situação. "Tudo que dizemos no silêncio" é um convite à reflexão sobre as questões mais delicadas emergentes na atualidade.
Tento respirar fundo, mas o ar entra tremido enquanto olho para tela do celular.
Um zumbido agita ainda mais meus pensamentos e,
em menos de um segundo, não consigo ouvir mais nenhum deles.
Eu apenas aperto o aplicativo de uma vez e digito, sem pensar, o destino: cemitério.
(Tudo que dizemos no silêncio, p. 27)

FICHA TÉCNICA
Título: Tudo que dizemos no silêncio
Autora: Marta Vasconcelos
Editora: Qualis
ISBN: 9788570270924
Dimensões: 23 x 16cm
Páginas: 212
Preço: R$ 52,00 (físico), R$ 16,90 (e-book)
Onde comprar: Qualis Editora
Sobre a autora: Marta Vasconcelos é escritora e filósofa, atualmente mora em Macaé com o marido e a filha. É autora da série Joquempô, A Trança e assina contos nas antologias Resilientes e Empodere-se.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Felicidade, Significado, Vida...

  Por Fernanda Valente Levar a vida com significado é um desafio. Escolher ser grato é praticar em todo momento a benevolência. Felicidade não é algo que se procura. Felicidade é respirar, é ter fôlego de vida mesmo que dos seus olhos estejam escorrendo lágrimas. Felicidade é saber que as lágrimas servem para curar, mesmo que ainda o processo de cura esteja acontecendo... O importante é querer.  Vida com significado é ter um sonho ou vários sonhos. É fazer listas. É elaborar planos dos menores aos maiores. Aos poucos somos capazes de construir algo. Para isso, só é preciso ação. Tudo pode ser recomeço. Pontos finais só existem se a gente permitir.  Enquanto houver reticencias podemos dar continuidade, mudar a rota, se perder e se encontrar... Quanto mais vulneráveis somos, mais somos fortes. Para alguns pode parecer fraqueza, mas sentimentos sempre são verdadeiros. Por isso, não vale a pena se esconder. Máscaras caem. Seja você.  Ria, dance, transforme pessoas estranhas em amigas, acei

Quem conduz a dança?

Por Fernanda Santiago Valente   Ela está sentada, quieta, na dela, só a esperar um daqueles moços do salão convidá-la a dançar. Enquanto ela ainda não fixa seus olhos num daqueles que estão à procura de alguém para dançar, ela observa os passos daqueles que já estão dançando. Algumas moças conduzem os rapazes, que confusos e atrapalhados, não olham nos olhos. Eles cismam em olhar para os pés. A dança não acontece e ficam intrigados porque não conseguem aprender os passos. Perna esquerda ou direita à frente? E na mera distração pisam nos pés das moças... mas estes, não podem desistir, eles querem aprender a dançar, e enfim, conduzir a dança. A primeira regra para dançar é se concentrar. É preciso decorar na mente dois pra lá dois pra cá, um pra frente, um pra trás e gira. Depois de decorar os passos é preciso muita firmeza e segurança. Com isso, escolher a dama e definitivamente conduzi-la. A moça ainda está lá sentada, só observando os casais e esperando um daqueles moç